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Gaita de Foles | Aerofone de Palhetas
Abril 2022
A Gaita de Foles consiste num aerofone especial, normalmente utilizado sozinho ou com um acompanhamento típico de membranofones de percussão. Toca-se geralmente de pé, em andamento, sendo o seu som próprio para se ouvir ao ar livre. Na região do Alto Minho surge indubitavelmente associado aos Zés-Pereiras, grupo típico de tocadores de bombo e caixa que anima as festas populares.
É composto de, pelo menos, um tubo melódico munido de palhetas e de um insuflador mediado por uma válvula, ambos ligados a um reservatório de ar (saco ou fole) feito de couro que se enche através de um tubo superior.
O saco ou fole era tradicionalmente de pele de cabrito, cabra ou carneiro – daí estar associado, em muitas regiões, ao mundo pastoril – sendo mais recentemente de borracha. Apresenta três buracos com três encaixes ou bocais de madeira, onde entram o insuflador ou assoprete, o tubo melódico ou ponteiro com 8 buracos e o bordão, ronca ou roncão. O saco dispõe-se sob o braço esquerdo, que o aperta com o cotovelo para expulsar o ar insuflado pelo assoprete, saindo sob pressão pelos dois tubos sonoros – ponteiro e roncão (que pousa no ombro do tocador) – passando através das palhetas que produzem o som.
Presumivelmente de origem céltica, a gaita de foles assume hoje em dia uma função essencialmente festiva e popular, sendo há muito considerado um instrumento tradicional de rua. Antigamente, era presença habitual em cerimónias religiosas, nomeadamente no Compasso Pascal, nas procissões, entre outras festas públicas.
Fonte: OLIVEIRA, Ernesto Veiga de – Instrumentos Musicais Populares Portugueses. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian / Museu Nacional de Etnologia, 2000.