Tear de Pedal | Tecelagem

O tear consiste num equipamento complexo de Tecelagem no qual se realiza o cruzamento dos fios que entram na confeção dos tecidos. Os fios utilizados são de duas espécies – da urdidura e da trama.

 

Em Portugal, encontram-se três tipos de Tear – o tear de pedal, o tear vertical e o tear de grade. O tear de pedal, mais comum na nossa região, pode ser dividido em tear de dois ou de quatro liços.

 

Em regra, este aparelho, feito em madeira, é constituído pela armação, pelos órgãos e pelos mecanismos do pente e dos liços. A armação é composta por quatro prumos verticais, também designados por pernas, feitas por barrotes grossos, dispostos em quadrângulo, fixados inferiormente por travessas de secção retangular. Os prumos recebem a mesa do meio e a do cimo. A mesa do meio apresenta uma inclinação, terminando cada extremo do móvel em peças de madeira destinadas a alojar o eixo do órgão, de secção redonda, onde se enrola e desenrola a urdidura. Os fios da urdidura saem do órgão e passam pelos liços constituídos por parede vertical de fio grosso suspensa por cordéis presos a canas horizontais, ligadas a roldanas que giram em peças de madeira (as ‘arruelas’) suspensas das travessas superiores. O pente é formado por uma régua na qual se fixa uma fila de pequenas hastes verticais em madeira. Na parte inferior do tear existem dois ou três ‘pedais’ – tábuas alongadas em posição oblíqua –, ligadas numa das extremidades por cordas aos liços. Na parte anterior do tear situa-se o banco, constituído por uma simples tábua, que serve de assento ou encosto à tecedeira.

 

 

Fonte: OLIVEIRA, Ernesto Veiga de, GALHANO, Fernando, PEREIRA, Benjamim, O Linho. Tecnologia Tradicional Portuguesa, Lisboa: Centro de Estudos de Etnologia – INIC, 1991.