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Espadela e Cortiço | A espadelada do linho
Setembro 2017
A Espadelada é tradicionalmente uma atividade desempenhada pelo universo feminino. Trata-se, geralmente, de um trabalho coletivo e gratuito que apresenta como objetivo a libertação da fibra do linho da parte lenhosa, fragmentada pela operação de maçagem por meio do engenho, do maço ou da grama, e de certas partes mais grosseiras. Os instrumentos utilizados são, portanto, a espadela e o espadeladouro ou cortiço.
A Espadela é uma espécie de cutelo composto por dois elementos talhados no mesmo pedaço de madeira: a lâmina e a mãozeira. A lâmina assemelha-se a um triângulo com gume liso e apresenta na parte inferior um vazado semicircular que serve de mãozeira. Frequentemente, a espadela é decorada com motivos simbólicos, geométricos e florais, obtidos por punção e incisão.
O Espadeladouro ou Cortiço é usado como apoio à manada de linho que é fortemente batida, de forma ritmada, até se separar as fibras mais ásperas das mais finas. Este instrumento apresenta-se em dois formatos distintos: o espadeladouro, constituído por uma tábua vertical em forma de T invertido; e o cortiço, feito a partir de uma placa de cortiça, cujas extremidades são sobrepostas e cosidas com fibras vegetais ou arame, apresentando uma configuração tubular. O seu interior é reforçado por aros e cruzetas de madeira. A espadelagem no cortiço é geralmente feita de pé.
Fonte: OLIVEIRA, Ernesto Veiga de, GALHANO, Fernando, PEREIRA, Benjamim, O Linho. Tecnologia Tradicional Portuguesa, Lisboa: Centro de Estudos de Etnologia - INIC, 1991.