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museus de Ponte de Lima

MUTE_2Museu dos Terceiros_Miguel Costa

Museu dos Terceiros_Miguel Costa

Custódia

Prata relevada e cinzelada de 1756-1758

  • Altura: 78,2 cm
  • Largura: 35 cm
  • Peso: 5780 g
  • N.º Inventário: 0452

Esta custódia constitui o exemplar mais notável do acervo argentário original da Ordem Terceira de São Francisco, obra de uma oficina bracarense que acompanhava já as novas tendências da ornamentação rocaille. Seguindo a documentação de arquivo, podemos circunscrevê-la temporalmente entre os anos de 1756-1758. Em 11 de abril de 1756, os mesários determinam o fabrico de uma custódia "com toda a brevidade bem feita de grandeza correspondente para a igreja..." O Livro de Receitas e Despesas menciona gastos com "a prata que se comprou para a custódia que se está a fazer em Braga..." (período 1755-1756) e com "a prata que se comprou para a custódia e feitio dela..." (período 1756-1757). No ano seguinte ainda se verificavam encargos com a prata para a custódia.

Miguel Roque dos Reys Lemos refere nos Anais Municipais de Ponte de Lima, nas linhas dedicadas aos Terceiros franciscanos, a par do lampadário da igreja [108], a custódia que "foi mandada fabricar em 1756 e 1757, servindo de valioso subsídio para a sua aquisição a esmola do coreiro P.e José da Rocha Osório, que para ela ofereceu o seu ordenado de um ano."

Custódia de base quadripartida, alteada em dois registos, ornado o inferior com motivos conchiformes e o superior com tarja de ovalados. A haste abalaustrada começa em bojo e apresenta diversos níveis, salientando-se o nó com cabeça de anjo, sobrepujada por uma máscara de recorte triangular, a partir da qual começa a desenvolver-se, na secção que remata a peça, o hostiário, de grande projeção, ornado com motivos conchiformes e fito-geométricos, no centro do qual se inscreve o recetáculo envidraçado com uma lúnula dourada no interior. O resplendor é formado por raios setiformes de diferentes dimensões, que nascem no extradorso do hostiário.