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Dobadoira | O Processo de Dobagem
Agosto 2019
Antes de ser usado na preparação da urdidura, o fio das meadas – obtidas através do sarilho –, precisa de ser transformado em novelos. No processo de dobagem, utiliza-se um instrumento feito, em regra, a partir das madeiras de castanho ou pinho, designado por dobadoira, que frequentemente se confunde com o sarilho de rotação vertical. No entanto, trata-se de aparelhos funcionalmente distintos – enquanto este último serve para dispor o fio do linho em meadas, o primeiro, conforme já mencionado, é utilizado para a formação de novelos.
Em Portugal, existem dois tipos fundamentais de dobadoira:
Tipo 1) Dobadoira composta por uma cruzeta de rotação horizontal, com base formada por uma caixa quadrangular, usada para guardar os novelos já dobados. Apresenta, ao centro, uma coluna fixa, de secção quadrangular, que serve de eixo à cruzeta que gira sobre ele à medida que o fio da meada é enovelado. A cruzeta é composta por quatro braços em cruz, dispostos horizontalmente, sendo cada um atravessado, na extremidade, por um segmento cilíndrico fixo verticalmente;
Tipo 2) Dobadoira constituída por duas cruzetas de rotação horizontal, dispostas paralelamente entre si e unidas em cada extremidade dos respetivos braços por um segmento vertical. A base é igualmente formada por uma caixa quadrangular, apresentando ao centro uma coluna fixa, de secção circular, que serve de eixo às cruzetas. Estas são formadas por quatro braços em cruz, que se encontram unidos, em cada extremidade, por um segmento fixado verticalmente. A cruzeta superior é mais pequena do que a inferior.
Fonte: OLIVEIRA, Ernesto Veiga de, GALHANO, Fernando, PEREIRA, Benjamim, O Linho. Tecnologia Tradicional Portuguesa, Lisboa: Centro de Estudos de Etnologia – INIC, 1991.