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Crivo e Joeira | A limpeza dos cereais
Agosto 2018
Os cereais, após a debulha – processo de extração do grão das espigas – são submetidos a uma operação de limpeza que passa por separá-los das palhas e demais sementes, nomeadamente do joio.
A limpeza manual dos cereais pode ser realizada através do lançamento ao ar da palha e do grão, recorrendo a forquilhas e pás. A força do vento arrasta as partes mais leves, deixando apenas o grão. Este procedimento pode ser completado com o auxílio dos crivos e das joeiras que, enquanto instrumentos de limpeza, muito contribuem para um trabalho mais minucioso de separação dos cereais.
Estes utensílios apresentam, em regra, um formato circular com um aro de madeira de 10 a 15 cm de altura, podendo exibir um fundo de pele, crivado de pequenos buracos, uma espécie de rede de malhas largas com orifícios largos e redondos; ou, então, um fundo em grade de fio metálico disposto em espiral, firmado e entrelaçado a arames radiais que se fixam na base do aro.
O crivo é, essencialmente, utilizado para a limpeza do trigo e de outros cereais. Para tal, os grãos são colocados, em pequenas quantidades, no seu interior e, agarrando com as duas mãos, são-lhe imprimidos movimentos bruscos laterais ou circulares, de molde a libertar os grãos de todos os resíduos.
As joeiras e os crivos podem igualmente ser usados para limpar os cereais ao vento. Neste caso, os cereais são atirados ao ar e apanhados com o crivo ou, então, este é elevado até à altura da cabeça, deixando cair lentamente o grão para o chão.
As peneiras mais usuais, formadas por um fundo em trama de arame muito fino, servem para peneirar as farinhas usadas na cozedura do pão e também na feitura de bolos caseiros, assim como outras substâncias moídas.
Fonte: OLIVEIRA, Ernesto Veiga de, GALHANO, Fernando, PEREIRA, Benjamim, Alfaia Agrícola Portuguesa, Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1995.