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Arado | A Lavrada

Janeiro 2018

aradoJaneiro é o mês da lavoura das terras, altura em que se preparam todas as culturas de inverno, nomeadamente a da batata. Muito embora, nos dias de hoje, os trabalhos agrícolas sejam realizados de forma mecanizada, alguns lavradores ainda recorrem à junta de bois e ao arado – utensílio agrícola usado para lavrar a terra.

Em Portugal, podemos encontrar três tipos fundamentais de arados:

 

 

  • os radiais – caracterizam-se pelo facto de o dente, o temão e a rabiça irradiarem do mesmo ponto, ou seja, da ponta traseira do dente, assim como pela circunstância de a rabiça e o dente constituírem uma única peça;
  • os de garganta – apresentam uma peça encurvada e posterior de um temão composto – designado por garganta – que se insere no dente e uma rabiça independente que encaixa igualmente no dente, formando um ângulo reto;
  • os quadrangulares – distinguem-se pelo facto de exibirem uma estrutura básica quadrangular, composta por dente e temão horizontais e rabiça e teiró verticais.

Na zona norte do país, os mais comuns são os arados quadrangulares. Destacamos, portanto, o arado de tipo quadrangular assimétrico, feito em madeira, que apresenta apenas uma aiveca e que é composto por dente (ou rasto) e temão (ou apo) horizontais, rabiça dupla, bico (ou relha), mexilho, cabrito e teiró. A rabiça dupla está posicionada na parte posterior, servindo para o lavrador agarrar e conduzir, e encontra-se fixa ao cabrito, uma de cada lado, no qual se insere também o temão. Este último é grosso, curto e ligeiramente encurvado e apresenta, à frente, uma roda em ferro e um gancho onde encaixa o cambão que liga o arado à junta de bois. Ao centro, o temão é atravessado pela teiró que o une ao dente que sustenta, na extremidade, um bico em ferro. Exibe, no lado direito, uma aiveca do mesmo material, de forma triangular e levemente arqueada, que se encontra ligada ao cabrito através do mexilho, espécie de haste em ferro de secção redonda.

lavrada

Fonte: DIAS, Jorge - Os arados portugueses e as suas prováveis origens. Lisboa: INCM, 1982.