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Jugo ou Canga | A Relação com os Animais

Novembro 2017

jugo_de_tabua

Símbolo máximo da domesticação dos animais, o JUGO ou CANGA consiste num instrumento de atrelagem, imprescindível no trabalho agrícola tradicional, utilizado para unir uma junta de bois a um carro ou a um arado.

Na região minhota, podemos encontrar os jugos de tábua ou de trave, ricamente ornamentados com insculturas, desenhos simbólicos e formas geométricas vazadas na madeira. Trata-se de um artefacto agrário, com fim utilitário, composto por uma tábua de madeira grossa, usualmente decorada com desenhos escavados e/ou esculpidos, alguns de inspiração religiosa, outros meramente decorativos, muitas vezes pintados em várias cores. Os desenhos mais frequentes são as cruzes, as custódias, os pentagramas, as luas e os sóis, elementos fortemente associados a uma necessidade de colocar os animais sob uma qualquer proteção superior ou simplesmente ao desejo de sucesso nos trabalhos. Através da riqueza e refinamento dos acabamentos dos jugos podemos avaliar o estatuto social e o prestígio do agricultor.

O jugo no Alto Minho pode assumir vários formatos, sendo constituído por diversas peças, nomeadamente o ENSOGADOURO - tira de couro que prende os animais ao jugo -, a CHAVELHA - peça de madeira ou ferro que se mete no cabeçalho do carro para o fixar ao jugo - e o TEMOEIRO - peça de couro que segura o cabeçalho do carro ou o timão do arado ao jugo.

Por sua vez, a canga apresenta-se como uma peça mais simples, feita em madeira lisa, usada diariamente nos trabalhos agrícolas. Em regra, é mais baixa e comprida do que o jugo.

jugo

Fonte: BARBOSA, Celso - Jugos e Cangas. O Anunciador das Feiras Novas. Ponte de Lima: AEPL, 2008. N.º 25, p. 181-183 ; MATOS, Armando de - A Arte dos Jugos e Cangas do Douro-Litoral. Porto: [s.n.], 1942 ; Normas de inventário - Alfaia agrícola. Etnologia. Lisboa: Instituto Português de Museus, 2000.