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museus de Ponte de Lima

MUTE_2Museu dos Terceiros_Miguel Costa

Museu dos Terceiros_Miguel Costa

Santa Eufémia

Escultura em madeira dourada e policromada do Século XVII

  • Dimensões: 63 x 30 x 20 cm
  • N.º Inventário: 0067

A história de Santa Eufémia foi popularizada durante a Idade Média através da Legenda Aurea do frade dominicano Jacques de Voragine, fonte fundamental para a hagiografia e iconografia, publicada em 1260, que fixou por escrito a narrativa das vidas e martírios dos santos mais conhecidos até à sua época. Natural da Calcedónia, cidade de cultura grega na Ásia Menor, apresentou-se, nos tempos do imperador Diocleciano, a um juiz para denunciar os tormentos que padecia a comunidade cristã. Na sequência desse ato, foi exposta a vários suplícios até ser finalmente decapitada. Os que a tradição mais reteve, ainda que com algumas variantes, foram o martírio da roda de fogo e o lançamento aos animais selvagens que, em atitude de veneração, preservaram a sua integridade, prostrando-se aos pés da mártir.

Lendas forjadas posteriormente à volta de nove irmãs gémeas, filhas de romanos mas batizadas na fé de Cristo, entre as quais se contava uma Eufémia, levaram a sua fama a todos os cantos da Península Ibérica, encontrando-se ecos muito fortes no Norte de Portugal e na Galiza, sobretudo nas dioceses de Braga e Ourense.

É representada com o lírio virginal ou com a palma do martírio, podendo também figurar a espada da decapitação. O leão ou o urso aos pés constituem os seus atributos específicos. A roda dentada, instrumento utilizado num dos suplícios, pode levar a uma confusão com Santa Catarina de Alexandria.

À semelhança dos dois exemplares precedentes neste catálogo, Santa Eufémia é representada em posição frontal e com a indumentária típica de uma virgem mártir. A sobretúnica, não exibe, contudo, a mesma riqueza de pormenores. O cabelo, por sua vez, não apresenta qualquer enfeite e encontra-se parcialmente coberto por véu. As mãos estão à mesma altura, estendida a direita, a suster a palma de martírio, e fletida a esquerda, a segurar o livro aberto. Na ausência de atributos específicos, a inscrição da peanha acaba por ser decisiva na identificação da mártir.