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museus de Ponte de Lima

MUTE_2Museu dos Terceiros_Miguel Costa

Museu dos Terceiros_Miguel Costa

Pautas de Confraria

Talha dourada e pintada de 1898

  • Dimensões: 190 cm X 76 cm
  • N.º Inventário: 0111/0112

As confrarias e irmandades cultivaram o hábito, que se prolongou até aos tempos hodiernos, de colocar nas sacristias, salas de reuniões e mesmo nas igrejas, diversos tipos de pautas ou quadros feitos em cartão ou pergaminho, mas sobretudo em madeira, onde constam os nomes dos elementos da congregação, ou apenas dos mesários e dos beneméritos, recebendo o quadro um nome diferente consoante se trata de um ou outro caso. Estas placas, de formato quadrangular ou retangular, não plasmavam apenas os nomes e respetivos cargos e funções. Outras da mesma índole indicavam as tarefas a cumprir, bem como o calendário das festas e dos ofícios a que a confraria tinha o dever de se associar.

A documentação de arquivo da Ordem Terceira, essencialmente através do Livro da Inventa, dá conta de diversas pautas, sem especificar o material de que eram compostas, que a voragem do tempo fez desaparecer. É o caso de uma pauta em que constavam as obrigações dos legados, outrora existente na ante sacristia. Ou como as três pautas situadas próximas do guarda-vento, na igreja, destinadas a apontar os irmãos mesários, os irmãos defuntos e as funções da Ordem. Todos estes quadros se encontravam no edifício da Ordem nos últimos anos de Setecentos. O par de pautas aqui apresentado, fixado nas paredes da sacristia, é já de fatura bem posterior.

A placa é rematada com moldura em talha dourada. Enrolamentos acânticos partem de ambas as extremidades para se juntarem à taça de flores central. A cimalha permite datar a peça e identificar a Ordem. O ano 1898 surge dividido nos dois ângulos, os primeiros dois dígitos à esquerda e os últimos dois à direita. Ao centro uma inscrição com o título Pauta dos Irmãos (Irmãs, no outro elemento do par) da Venerável Ordem Terceira, desenhado em elipse. No interior aparecem as insígnias franciscanas: braços cruzados sobrepostos a cruz latina, dos quais pende cordão com duas franjas.

Os nomes dos confrades encontram-se dispostos por ordem alfabética, organizados em três colunas. À frente de cada nome surgem três faixas onde se indicam a naturalidade por freguesia, a data em que vestiu o hábito da Ordem e a data em que professou. Muitos desses nomes e correspondentes informações estão parcial ou integralmente obliterados.