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museus de Ponte de Lima

MUTE_2Museu dos Terceiros_Miguel Costa

Museu dos Terceiros_Miguel Costa

São Boaventura

Escultura de vulto em madeira dourada e policromada do Século XVII

  • Dimensões: 96 x 43 x 40 cm
  • N.º Inventário: 0022

São Boaventura, o Doctor Seraphicus, considerado o maior teólogo e filósofo da Ordem Franciscana, nasceu em 1221. Ensinou teologia na Sorbonne, foi nomeado geral dos franciscanos e recebeu o chapéu cardinalício, demonstrando grande indiferença na aceitação deste cargo tão importante na hierarquia eclesiástica pois, segundo a lenda, quando os enviados papais o encontraram para o notificar da decisão do Sumo Pontífice, São Boaventura, momentaneamente ocupado, pediu-lhes para pendurarem o chapéu no ramo de uma árvore. Redator das Memórias de São Francisco, a tradição associa também o seu nome à elaboração do tratado das Meditações sobre a Vida de Jesus Cristo. Morreu em 1274, na cidade de Lyon. Canonizado em 1482 pelo Papa Sisto IV, foi proclamado Doutor da Igreja em 1587, erguendo-se como protetor e modelo dos teólogos.

É frequentemente representado o seu encontro com São Tomás de Aquino, o grande doutor da Ordem dominicana rival. Costuma ser apresentado quer imberbe, quer com uma longa barba. Como monge franciscano e cardeal que foi, pode vestir hábito com cordão, com capa magna de cardeal por cima. Os atributos habituais são a mitra episcopal e o chapéu cardinalício. Por vezes também surge com três cabeças de serafins com três pares de asas, numa alusão ao epíteto de Doctor Seraphicus.

A imagem ocupava um nicho na parte superior do retábulo seiscentista, apeado no século XIX, que recheava a capela-mor do convento de Santo António, formando parelha com uma representação de São Luís Bispo de Toulouse, outro ilustre representante da Ordem Seráfica.

São Boaventura é representado imberbe, com olhar lançado para o alto, envergando uma túnica negra com motivos fitomórficos e um debrum dourado. Sobre a perna direita cai o cordão com nós, que revela, juntamente com as sandálias, a faceta franciscana do santo. Sobre a túnica usa uma sobrepeliz branca ornamentada com motivos florais e orla inferior dourada. A capa pluvial, trabalhada também no dorso, une no peito através de um firmal dourado, do qual pende uma cruz latina. Denotando a sua posição de alta dignidade eclesiástica, apresenta o anel episcopal no dedo indicador da mão esquerda, a mitra sobre a cabeça, e segura o chapéu cardinalício na mão direita. O livro constitui uma alusão ao amplo magistério desenvolvido por São Boaventura no domínio do saber.