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museus de Ponte de Lima

MUTE_2Museu dos Terceiros_Miguel Costa

Museu dos Terceiros_Miguel Costa

Imaculada Conceição

Escultura de vulto em madeira estofada e policromada de 1750-1751

  • Escultor: Pedro de Oliveira
  • Dourador e Estofador: Domingos Álvares
  • Dimensões: 198 x 98 x 64cm
  • N.º Inventário: 0043

Este notável exemplar da Virgem Imaculada, encomendado poucos anos após a ereção da igreja da Ordem Terceira de São Francisco, decora o coro alto do mencionado templo. Numa reunião de 11 de junho de 1751, os mesários da Ordem deliberaram que a imagem de Nossa Senhora da Conceição, que a mesa antecessora tinha mandado executar a Pedro de Oliveira, fosse transportada para as instalações da Ordem a fim de que pudesse ser dourada e estofada por outro mestre, uma vez que o imaginário exigia um pagamento demasiado avultado pelas tarefas de dourado e estofado. Alguns meses mais tarde, a 10 de outubro do mesmo ano, o Livro das Determinações e Termos de Mesa refere uma petição de Domingos Álvares, mestre pintor que dourou, estofou e tratou das carnações da imagem da Conceição.

O documento acima mencionado não indica o local destinado à imagem da Imaculada, mas a fazer fé na Crónica do Convento de Santo António, cujos três últimos capítulos são consagrados à Ordem Terceira de São Francisco, a escultura foi ocupar o retábulo da capela-mor: "A Igreja ficou com três Altares: o maior, como principal, se consagrou à Imaculada Conceição de Maria Santíssima, como Padroeira geral de toda a Ordem, e particular da nossa Província. A Imagem da Senhora he de estatura natural fabricada de escultura perfeitíssima." O Livro de Inventa reforça este tese ao referir, em 1755-1756, um "diadema de prata para a Senhora da Conceição da igreja no altar mor, oferecido por uma devota."

Não foi possível averiguar o momento exato em que a imagem transitou para o coro alto da igreja, seu lugar atual, mas já surge declarada neste espaço no registo relativo a 1796-1797 do mesmo Livro de Inventa.

Imagem fiel à conceção barroca, consegue combinar a marca contemplativa, reveladora, através da face, de uma paz interior imperturbável, com a forte agitação traduzida nos fartos panejamentos de carácter revolto. A Virgem surge em posição frontal, em atitude orante, manifesta no alinhamento das mãos. Assenta sobre o globo, contornado pela serpe maligna, de cabeça virada para cima. Uma legião de figuras angélicas, composta por anjos de vulto que se juntam às habituais cabeças de serafins, aparece adossada à esfera terrestre, um deles pisando a cabeça da serpente com o pé esquerdo.