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Ripo | A ripagem do linho

Julho 2018

ripagem_do_linhoA RIPAGEM do linho acontece imediatamente a seguir à arrinca – processo de colheita por meio de arranque pela raiz –, tendo como principal finalidade a separação da semente – a baganha – da planta. Esta operação realiza-se com recurso a um instrumento conhecido por ripo, ripanço, ripador ou rapigo, variando a designação consoante a região do país. Para o efeito, o linho é amarrado em manadas com ambas as mãos pelo lado da raiz, cravado nos dentes e puxado, em gestos repetidos, até ao desprendimento total das baganhas.

 

Em Portugal, encontram-se dois tipos de RIPO: o de prancha e o de barrote. Ambos apresentam no bordo superior um friso de dentes pontiagudos, espaçados entre si de molde a travar a passagem das baganhas ou caroças. Em regra, os ripos de prancha são constituídos por dentes de madeira – tratando-se, muitas vezes, do prolongamento da própria tábua – ou de ferro – implantados longitudinalmente no bordo superior sobre uma placa em metal fixada por pregos. Por sua vez, os ripos de barrote apresentam os dentes sempre de ferro, cravados directamente nele.

Os ripos de prancha são usados de duas formas distintas: tanto podem ser enterrados no chão - até uma determinada altura que garanta a sua firmeza – como encaixados ao centro de um banco comprido em madeira, apoiado em 2 ou 4 pernas. Em contrapartida, os ripos de barrote são dispostos em carros de bois, normalmente entre a roda e o leito, em ambos os lados (ripando de pé e ficando a baganha no interior do carro) ou num só lado (podendo ripar uns sentados em cima do carro e outros de pé no chão).

ripo

 

Fonte: OLIVEIRA, Ernesto Veiga de, GALHANO, Fernando, PEREIRA, Benjamim, O Linho. Tecnologia Tradicional Portuguesa, Lisboa: Centro de Estudos de Etnologia – INIC, 1991.