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museus de Ponte de Lima

MUTE_2Museu dos Terceiros_Miguel Costa

Museu dos Terceiros_Miguel Costa

Adoração dos Magos

Pintura a óleo sobre tela do Século XVII-XVIII

  • Dimensões: 168 cm x 160 cm
  • N.º Inventário: 0115

"Após as palavras do rei, puseram-se a caminho. E a estrela, que tinham visto no Oriente, ia adiante deles, até que, chegando ao lugar onde estava o Menino, parou. Ao ver a estrela, sentiram grande alegria, e entrando na casa viram o Menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, adoraram-n'O, e, abrindo os cofres, ofereceram-Lhe presentes: ouro, incenso e mirra."

(Mateus, 2, 9-11)

Desconhece-se a verdadeira identidade destes Magos, sábios do Oriente. Os Evangelhos não mencionam sequer os seus nomes, nem o seu número, nem a sua suposta condição real. O número de três parece ter sido atribuído por Orígenes. A tradição foi também impondo os nomes de Gaspar, Baltazar e Melchior. Sobre o significado e simbologia dos três reis e das suas ofertas multiplicaram-se as interpretações, que traçavam correspondências com as três idades da vida, devidamente espelhadas no rosto de cada um, ou com os três continentes então conhecidos (Europa, Ásia e África), em reconhecimento do cariz ecuménico, universal, da nova religião.

Nesta tela, a Virgem, no centro da composição, com José atrás de si, segura o Menino com ambas as mãos, inclinando-o ligeiramente para um dos magos, aparentemente mais velho, já prostrado diante do Rei dos Reis. A Sagrada Família divide o grupo dos magos do grupo dos seus pajens. Os Magos, ricamente paramentados, ocupam o lado direito da tela, um já em posição de adoração, os outros dois ainda de pé, um deles com turbante, a aguardar a vez. Os pajens preenchem o lado esquerdo da composição, funcionando como parelhas dos magos. Um deles, com indumentária de acólito, está ajoelhado e sustenta uma naveta, enquanto que os outros dois estão de pé e seguram tochas, observando-se também um turíbulo.

O cenário é marcado, numa zona mais recuada, por uma arquitetura clássica que, se por um lado, confere uma maior monumentalidade à composição, por outro contribui quase para a fechar sobre as personagens já mencionadas, ficando o habitual cortejo dos magos reduzido à presença de um limitado séquito, que inclui soldados com capacetes e plumas segurando lanças, debruçado sobre um parapeito, tudo num plano mais afastado e elevado, que abre numa espécie de janela, divisando-se ao fundo o azul do céu.